O Carnaval
Na obra O Presbitério da Montanha,
António Feliciano de Castilho (1800/1875)
faz esta descrição do Carnaval português:
"O Carnaval é, como ainda nós por aqui o conhecemos nos seus dias áureos, tríduo de folia desatada, guerra porfiada e bem rida de todos contra cada um, e de cada um contra todos. São as pulhas, as peças, os esguichos, os pós, a laranja... que derruba o chapéu, de que o bom Filinto com tanta saudade se lembrava lá em Paris, o rabo-leva de tripas entufadas, a mão de ferrugem da chaminé com azeite pelos focinhos, as estopas apegadas às costas e incendidas, o vinho com sal, as filhós com trapos, e todos os mais adminículos, que no ritual clássico se contêm."